Quem inicia fica arrepiado ao ouvir um barulho de telefone, sente-se maravilhado com as coisas mais simples, quer saber detalhes de uma vida toda em um mês, quer engolir tudo e fazer seu. Jantares, conversas intermináveis pelas madrugadas, uma sensação de não querer ir embora, pensamento fixo, desconcentração em qualquer outra coisa que não seja o que motiva, o que cutuca, o que encanta. O iniciante não só se prepara para ver o melhor, mas também separa o melhor de si para mostrar. Capricha nas palavras, na maquiagem, nas escolhas, retoma velhos projetos abandonados, vasculha na própria alma o brilho mais intenso que emitia antes das dores da vida. Toma cuidado com o que diz, zela pelo que tem, finge não ver o que magoa. Nada – nada – se compara à luz que vem de quem está iniciando algo. Ah, a disposição dos inícios… É longe? Eu vou. É difícil? Eu faço. É triste? Eu ignoro. É complicado? Eu resolvo. É cansativo? Eu aguento. É problemático? Eu aceito. É feio? Eu enfeito. No início, “há motivo pra tudo, e tudo é motivo pra mais“. Noites mal dormidas, torcida contra, argumentações racionais, cansaço e fome, tudo isso é nada. O início é alimento, é descanso, é prazer, é o que satisfaz, é o que precisa, é o que basta. E ai de quem disser o contrário. Todo início é feito de esperança, de boa vontade, de ilusão… De sonho. Quem inicia é animado, cauteloso, cuidadoso, zeloso, dedicado. Claro, com o tempo, reiniciar vai carregando as marcas do que já foi, das experiências passadas, de tudo que um dia se acreditou e não deu certo. E passa-se a vida inteira tentando encontrar a sensação do início… O frio na barriga do primeiro beijo, do primeiro amor, do primeiro emprego, do primeiro carro, do primeiro salário, da primeira noite, da primeira viagem… E claro, também, não se pode manter iniciando sempre algo que continua. E isso nem é de todo ruim. A passagem do tempo e o acúmulo de experiências tem suas vantagens. Mas uma coisa é certa. Evita o fim quem é capaz de sempre manter algo de início em tudo que dura.(MAFALDA CRESCIDA)
Há pessoas que choram por saber que as rosas teem espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos teem rosas! (Machado de Assis)
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
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