domingo, 22 de setembro de 2013

É... MOÇO...

E se a gente se apaixona por algo que nos toma e nos comove, mas não é nosso? Como é que eu posso conviver com esses olhos cafés que causam insônia nas noites agora? E se fica um grito de eu te amo atravessado pela garganta e pelo travesseiro bagunceiro que toda madrugada te chama? E se eu estou te amando e você nunca me amar, como mando o peito parar de escrever tanta poesia com jeito de dia amanhecido, se só e vai sobrar um punhado de escuro e algo esquecido pelos cantos do acaso? É moço, talvez seja descaso do destino e nossos olhares que se encontraram ainda não podem se pertencer. Estamos em jogo onde tudo se movimenta e nada esta sendo inventado. E nossa pontuação de vantagem contra e vantagem a favor, nos deixa também uma interrogação. Somos hoje? somos sim? somos não? No nosso encontro moço, somos empate, somos alguma forma de arte ainda não definida, e tão somente sentida por qualquer coisa que pulsa. É moço, você me ganha, eu te absorvo. E talvez eu nunca tenha lhe dito em alto e bom som, como quem tem o dom de brincar com as palavras o que sinto sem mentiras ou disfarce. Então te digo: casa comigo hoje e amanhã a gente pensa como casar de novo.
(LILIAN VEREZA)

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