Saudade do menino de riso frouxo, de verdade nos olhos, de jeito tímido com um punhado de extravagância. Do meu pequeno que faz da estrada seu sustento e das nuvens sua paixão. Do responsável pela minha inesgotável fonte de inspiração. E quando chove lá fora e aqui dentro anda tão vazio, falta ele a me trazer o arrepio neste dia que se arrasta. Hoje a saudade tem seu sobrenome. É a memória do sentir que insiste em ficar. Quando você voltar meu pequeno, vamos brincar de demorar? Eu volto, me espera...
Há pessoas que choram por saber que as rosas teem espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos teem rosas! (Machado de Assis)
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Eu Volto... Me espera...
INSUBSTITUÍVEL!
Não comparo pessoas. Não comparo amores, não comparo amizades. Cada pessoa que passou da minha vida, deixou uma lição, deixou uma história diferente da outra. Veio pra me ensinar alguma coisa, que uma outra pessoa não ensinaria. As pessoas são singulares, são únicas, assim como o que elas trazem por dentro. E isso não permite comparações. Há quem diga que não existem pessoas insubstituíveis, mas ainda não encontrei ninguém que fosse igual a ninguém. Encontramos outras pessoas,que nos fazem felizes de outras formas, mas não exatamente como a outra pessoa nos fez.
CASADA, SOLTEIRA, NAMORANDO ALGUÉM??????
Então, pra que status de relacionamento? Por que as pessoas precisam tanto afirmar que estão namorando? Há tantos casais infelizes que só querem manter as aparências e há outros muitos, completos, que vivem no anonimato. E vivem maravilhosamente bem. O que você quer expor? Pra quem você quer expor? Amigos? Os amigos te ligam pra saber como você está. O que as pessoas tem tanto com sua vida? Não esqueçam o básico: a velha declaração no ouvido, as flores em um dia qualquer, o sorriso espontâneo puro e simplesmente porque a pessoa te faz bem. Hoje em dia é tudo muito "em um relacionamento sério" e só. É isso que te move? É isso que vai te fazer feliz, os outros saberem da sua felicidade? O essencial é invisível aos olhos, principalmente aos olhos alheios. Felicidade é pra ser vivida, não exposta!
Solidão...
"Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear. Isso é carência. Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar. Isso é saudade. Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos. Isso é equilíbrio. Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsivamente para que revejamos a nossa vida... Isso é o princípio da natureza. Solidão não é o vazio da gente ao nosso lado. Isso é circunstância. Solidão é muito mais que tudo isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão a nossa alma".
(Chico Buarque)
domingo, 22 de setembro de 2013
É... MOÇO...
E se a gente se apaixona por algo que nos toma e nos comove, mas não é nosso? Como é que eu posso conviver com esses olhos cafés que causam insônia nas noites agora? E se fica um grito de eu te amo atravessado pela garganta e pelo travesseiro bagunceiro que toda madrugada te chama? E se eu estou te amando e você nunca me amar, como mando o peito parar de escrever tanta poesia com jeito de dia amanhecido, se só e vai sobrar um punhado de escuro e algo esquecido pelos cantos do acaso? É moço, talvez seja descaso do destino e nossos olhares que se encontraram ainda não podem se pertencer. Estamos em jogo onde tudo se movimenta e nada esta sendo inventado. E nossa pontuação de vantagem contra e vantagem a favor, nos deixa também uma interrogação. Somos hoje? somos sim? somos não? No nosso encontro moço, somos empate, somos alguma forma de arte ainda não definida, e tão somente sentida por qualquer coisa que pulsa. É moço, você me ganha, eu te absorvo. E talvez eu nunca tenha lhe dito em alto e bom som, como quem tem o dom de brincar com as palavras o que sinto sem mentiras ou disfarce. Então te digo: casa comigo hoje e amanhã a gente pensa como casar de novo.(LILIAN VEREZA)
EU AINDA SINTO...
"Estou com saudade! Escrevi só para te dizer isso, sem a intenção de causar a mesma coisa em você. Eu só queria que ao ler isso você soubesse: eu estou com saudade de você. Amanhã vou negar, vou recusar olhar qualquer coisa sua e qualquer coisa nossa. Vou dizer que as músicas que a gente escutava não me trazem seu cheiro e não levam a um abismo de lembranças de como era bom, a dança, o papo, o beijo, a volta ao redor do mundo e o mundo ao redor da gente. Amanhã vou negar, mas hoje não nego – eu estou com saudade. E ando torta por causa disso, e meu estômago dói, meu peito dói e minhas asas estariam doendo também se eu tivesse asas. Meu sono foi esmagado pela vontade de te ouvir contar qualquer história. Minha fome não é de comida. Estou morrendo e sumindo e deixando de existir, porque hoje estou farta de tanta saudade. Amanhã não. Amanhã vou acordar e tomar o meu café da manhã naquela padaria com a alma em paz porque não verei você entrando e meu apetite indo embora. Amanhã vou almoçar tranquila sem você para dizer que eu me alimento mal. Amanhã vou sorrir e respirar aliviada por ter resistido a mais um dia longe da tua presença esmagadora. Mas ainda é hoje, e hoje eu estou com saudade."(Camila Heloíse)
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
MULHER, UM SER EXÓTICO.
Falo, rapida e despretensiosamente, sobre dois filósofos importantes, Nietzsche e Kierkegaard, e sobre sua notória incapacidade de encontrar algum prazer com o sexo oposto, apesar de suas mentes brilhantes e de suas contribuições tão importantes para a história do moderno pensamento ocidental. Ambos eram heterossexuais e amaram mulheres, mas não conseguiram jamais transformar essa paixão em felicidade. Nietzsche apaixonou-se por Cósima, mulher linda e inteligente, filha de Lizt e esposa de seu amigo (e mais tarde inimigo) Wagner. Na época (por volta de 1870), Cósima tinha 30 anos, e Wagner, quase 60. Nietzsche, com menos de 30, brilhante professor universitário, e pouco depois autor de livros que revolucionariam a filosofia, freqüentava a casa de Wagner e sonhava em transformar Cósima em sua discípula e sua amante. Nunca conseguiu, talvez por medo, talvez por incapacidade, talvez porque Cósima não simpatizasse com seu bigode. Em 1882, conheceu outra mulher, chamada Lu Von Salomé, uma russa que vivia com seu amigo Paul Rée. Repetiu-se a história. Nietzsche viu em Lu Von Salomé alguém capaz de entendê-lo (nisso estava certo, pois a garota escreveu um belo livro sobre o filósofo) e amá-lo (nisso estava errado: ela sempre preferiu Rée). Nietzsche, desde Humano, demasiado humano (1878) escrevia bastante sobre as mulheres. Seus aforismas sobre o sexo feminino são uma mistura de machismo explícito e tentativas - quase sempre muito engraçadas - de encontrar um "lugar" para a mulher na sociedade considerando suas características tão especiais (e inferiores ao homem, claro). Nietzsche enlouqueceu ao poucos, provavelmente por conta de uma sífilis, e morreu 1900, pobre, sozinho e nunca verdadeiramente amado. A relação de Kierkegaard com as mulheres é mais triste ainda. Ele se apaixonou por uma moça chamada Regine (de Copenhague, como ele) e foi absolutamente correspondido. Ficaram noivos. Tudo se encaminhava para um casamento tradicional. E então Kierkegaard começou a pensar. Pensar demais: se poderia fazer Regine feliz, se o matrimônio era a escolha certa, se ele não se arrependeria mais tarde, etc. Desmanchou o noivado, decidiu dar um tempo em Berlim (onde escreveu Ou isso/ou aquilo) e, quando voltou, Regine estava noiva de outro homem. Kierkegaard amou Regine até a morte e deixou-lhe todos os seus bens. Nunca se interessou seriamente por outra mulher. Enquanto viveu, Kierkegaard experimentou pessoalmente, em doses cavalares, o sentimento de angústia, que descreveu tão profundamente em sua obra. David Lodge, no maravilhoso romance Terapia (em que Kierkegaard é figura de referência importante), cita a seguinte passagem do filósofo dinamarquês: "A coisa mais terrível que pode acontecer a um homem é se tornar ridículo aos seus próprios olhos num assunto de importância crucial, ao descobrir, por exemplo, que a soma e a substância de seu sentimento não passam de pura besteira." É isso aí. Pior que a besteira é ter a noção cristalina, absoluta, completa de besteira. Tanto Nietzsche quanto Kierkegaard eram inteligentíssimos e, com toda a certeza, morreram conscientes da sucessão de erros e burrices que praticaram em relação ao sexo oposto. É interessante lembrar que Nietzsche e Kierkegaard investiram pesadamente contra a tradição metafísica e pregaram a volta do homem ao mundo "real", em vez de procurar verdades ideais e inatingíveis. Para Kierkegaard, a existência é mais importante que a essência, enquanto Nietzsche demoliu a tal "essência" platônica em todos os seus livros, acusando-a de causar ignorância e infelicidade para os seres humanos, construindo uma moral absurda e ilógica. Ora, o que seria de esperar destes dois homens tão "práticos" em relação às mulheres? Que eles não se enredassem nas mesmas teias em que caem quase todos os mortais do sexo masculino, ou que, pelo menos, depois cair, soubessem achar uma saída. Eles não acharam. Essencialmente, o que eles fizeram foi estragar suas vidas sentimentais como dois imbecis. Então, para concluir essas notas, creio que podemos aprender um pouco com estes geniais senhores tão infelizes: em relação às mulheres, é melhor agir mais e pensar menos. Não que o pensamento não tenha lugar importante no mundo sentimental e erótico, mas é melhor colocá-lo em seu devido lugar - subalterno, acessório, complementar. Quando instintos e sentimentos ficam à mercê de raciocínios complicados, pirações intelectuais, conjunções sofisticadas de sistemas filosóficos, só uma coisa é certa: cedo ou tarde, teremos uma infeliz consciência das besteiras cometidas. Acham que não? Perguntem para as mulheres. Tenho certeza que elas confirmarão minha tese. No fundo, é a chuleta no azeite que interessa. Ou não?TEXTO MARAVILHOSO DE Carlos Gerbase.
Assinar:
Postagens (Atom)